-
IEC participa de audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT)
O Brasil tem potencial para desenvolver pesquisas de ponta na área da saúde, respondendo inclusive a problemas mundiais. Essa é a conclusão de uma audiência pública promovida nesta quarta-feira (23) pela Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT), com o objetivo de divulgar o trabalho de instituições que atuam na saúde pública do país.
Na opinião da diretora substituta do Instituto Evandro Chagas (IEC), Lívia Carício Martins, para que o país continue se desenvolvendo na pesquisa em saúde é necessário o fortalecimento das parcerias entre as instituições e que haja a sustentabilidade das ações e investimentos. Ela apresentou as ações do IEC. Entre as principais, estão o desenvolvimento de vacinas, publicações científicas e o fornecimento de informações e dados para o combate a doenças.
Sediado em Ananindeua (PA), o IEC existe desde 1936 e atua na pesquisa biomédica da região amazônica. Lívia Carício explicou que o órgão realiza estudos clínicos para o tratamento de doenças como malária, hanseníase e leishmaniose, além de pesquisas para esclarecimento de síndromes causadas por agentes infecciosos como a Zika. Ela também destacou as atividades do Centro Nacional de Primatas, vinculado ao IEC. A instituição, segundo a expositora, tem cerca de 650 macacos, de 21 espécies diferentes, criados e reproduzidos em condições controladas, com o objetivo de desenvolver os estudos.
“Às vezes, a gente acha que a pesquisa está distante da sociedade, mas ela está muito próxima. Pesquisa resulta em prevenção, em tratamento e traz sempre resposta e melhoria para o problema que está afligindo as pessoas. A gente precisa do apoio de todos, e entender que saúde é uma ação que deve ser sempre prioritária no nosso país”, afirmou.
Fiocruz
Também presente na audiência, o coordenador geral de Planejamento Estratégico da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Ricardo de Godoi Mattos Ferreira, realçou o protagonismo da instituição nas pesquisas relacionadas à febre amarela. A produção regular anual de 25 milhões de vacinas saltou para 67 milhões anuais de doses após surto da doença em 2016. Além disso, segundo o expositor, a instituição atua em 323 linhas de pesquisa, 1.665 projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico e 1.914 publicações científicas por ano. São 275 patentes vigentes no exterior e 26 programas de pós-graduação stricto sensu fornecidas pelo órgão.
Localizada no Rio de Janeiro, a Fiocruz foi estabelecida em 1900 e tem foco na produção de vacinas e soros. Mas há outras medidas do órgão, destacadas por Ricardo de Godoi: o “Inova Fiocruz”, que fortalece a transferência do conhecimento gerado na instituição para a sociedade, e a coordenação da Rede Global de Bancos de Leite Humano. De acordo com Ricardo de Godoi Mattos Ferreira, a rede coletou 2,5 milhões de litros de leite humano nos últimos dez anos, tendo atendido a 27,5 milhões de mulheres e recém-nascidos nos 22 países em que atua.
“A nossa missão é promover ciência e saúde para todos. Ano que vem, estaremos comemorando nossos 120 anos, e temos defendido a Fiocruz como um patrimônio da sociedade brasileira”, comentou.
O encontro teve o intuito de apresentar à sociedade e aos próprios parlamentares aquilo que o Brasil produz no campo da pesquisa, até para chamar atenção para o fato de que é fundamental conhecer, valorizar e investir nesse tema, dentro das estruturas de governo.
Texto do Núcleo de Comunicação da Secretária de Vigilância em Saúde (SVS) com informações da Agência Senado